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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

PM cria sistema para rastrear crimes pela internet

Organizar uma briga entre torcidas rivais ou planejar um ataque homofóbico pela internet vai ficar complicado para quem está acostumado a atuar em redes sociais como Orkut, Facebook e Twitter. Até o fim do ano, um ‘robô’ instalado em um programa de computador vai “dedurar” a policiais militares de São Paulo diversas ações criminosas. Nenhum tipo de preconceito, como por exemplo ofensas a pessoas acima do peso, deve escapar da mira do robô.

A ideia de usar esse tipo de sistema a serviço da segurança pública, surgida há aproximadamente um ano, foi do comandante-geral da corporação, coronel Álvaro Camilo, e agora é acompanhada pelo tenente-coronel Alfredo Deak Junior, chefe do Departamento de Processamento de Dados da PM. O oficial tem apostado todas as fichas no novo investimento e acredita que, até o fim deste ano, o projeto entra em funcionamento.

“Criamos um software para interpretar tipos de informação e depois esse conteúdo será transmitido para o policial”, afirma. “A rede social é um novo paradigma em que temos de atuar.” A medida deve agilizar o serviço de alguns batalhões. Atualmente, em dias que antecedem partidas de futebol, PMs fazem, manualmente, pesquisas na internet sobre possíveis encontros entre torcidas adversárias.

Em 2007, por exemplo, os policiais evitaram um confronto entre são-paulinos e palmeirenses após rastreá-los pela internet. Então, PMs escoltaram integrantes da Independente, organizada do São Paulo, até o Palestra Itália, onde o jogo ocorreu. Com o robô, um alarme será disparado caso seja detectado o encontro. “Isso nos dará mais subsídio para área de planejamento.”

O advogado Jonatas Lucena, especialista em crimes virtuais, destaca que esse tipo de mecanismo não é novidade. “Muitas empresas usam software para analisar redes sociais com outras finalidades”, diz. Estatística da Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos da ONG Safernet mostram que, de 1º de janeiro a 1º de fevereiro de 2011, 322 denúncias de homofobia em redes sociais foram recebidas. Foram outras 176 sobre racismo e 96 referentes à intolerância religiosa.

Integração

Mas as missões do chamado robô não se restringem às denúncias. O programa vai permitir também uma integração com a população por meio do tópico Polícia Comunitária Virtual. Por esse sistema, quem for adicionado pela PM poderá enviar mensagens avisando sobre problemas de segurança, que não tenham urgência a ponto de ser necessário ligar para o 190.

“Queremos que o cidadão converse conosco”, ressalta Deak. Ele lembra que o serviço não é como uma ouvidoria para as pessoas reclamarem da corporação – isso existe em outro site – e sim para levar fatos que geram insegurança em algum bairro, como mato alto onde seja possível esconder droga e problemas com brigas em bares, entre outros.

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